sábado, 18 de fevereiro de 2012

O curso da vida


Mal, s.m. Aquilo que prejudica, fere, ofende, que se opõe à virtude, à moral, ao direito, à justiça. 

Em tempos das mídia de massa, blogs, redes sociais percebo um mecanismo, mais velho que o próprio termo “andar para frente”, sendo reinventado ou para se falar em termos recorrentes nos bancos das faculdades do país – está sendo inovado. Falo da nossa capacidade de interação social, um mecanismo essencial para se viver em sociedade mas que como as maiores atitudes nascidas deste panteão de ideias e informações que nos leva ao conhecimento do mundo e de nós mesmo, ao qual damos o nome de cultura; percebo nela o bem e o mal e em nós a escolha a ser feita. Entendemos que quanto mais adentramos na era do conhecimento, a qual prefiro me referir como a era da informação, mais podemos enxergar o quanto nossas atitudes são modeladas pelo meio em que estamos inseridos. Percebemos o quanto as opiniões “dos outros” acabam se tornando as nossas e o quanto essas opiniões podem ser capciosas e desprovidas de fundamento e verdade. Certamente deveríamos realmente saber do que falamos, sermos realmente responsáveis por aquilo que, de alguma forma, mude ou seja veiculo de mudança nas vidas, propósitos e atitudes daqueles que nos cercão. Porém tendemos a preguiça, achamos que nossas palavras são inofensivas. Esquecemos que uma semente lançada no chão pode demorar a brotar, crescer e frutificar. Mas mesmo o mais simples lavrador das terras mais longínquas deste vasto mundo de Deus sabe que no tempo determinado e com as condições adequadas tudo nasce, cresce e frutifica. E seremos responsáveis pelos frutos, sejam bons ou ruins. Mesmo que não fiquemos para ver, as consequências não tardarão. Elas serão a herança deixada.
A ideia da maledicência parece inócua, distante demais para que nos preocupemos com ela. No entanto espreita na porta principal de comunicação que temos em nós mesmos, nossas bocas. E pode revelar o mais oculto, luminoso ou sombrio existente em nosso interior. Falando de forma mais bonita e sitando o Cristo, revela o verdadeiro caráter de nosso tesouro oculto. Pois deixa claro nossas inclinações mais intimas. A forma como contemplamos o mundo, nós mesmos e os outros. Deixa-nos nus para os ouvintes mais sábios e atentos, e na maior parte do tempo, nem nos damos conta disto, pois tendemos a subestimar os outros em detrimento de nós mesmos. Muitas vezes quando isso acontece nosso ego nós diz que somos melhores e aquele a quem denegrimos a imagem não passa de um coitado o qual sequer merece nossa misericórdia, apenas nosso julgamento. E assim nos tornamos juízes de causas que, além de injustas, não nos pertencem. Temos de rever nossa conduta diariamente, pois enquanto nosso ego diz que é assim os outros que nos ouvem, dependendo do grau de “separação” em que essas pessoas estejam, podem apenas sentir um certo desconforto ao nos ouvir ou até mesmo um certo nojo, pois que temos nós com a vida do outro, senão com o seu bem. Se existe em nós qualquer outra disposição que não a inclinação para o bem e crescimento do nosso próximo deveríamos rever e mudar tal inclinação, já que espiritualmente somos chamados à santidade.
Porque todos tropeçamos em muitas coisas. Se alguém não tropeça em palavra, o tal é perfeito, e poderoso para também refrear todo o corpo.” Diz Tiago 3:2. E segue dizendo, entre outros: Assim também a língua é um pequeno membro, e gloria-se de grandes coisas. Vede quão grande bosque um pequeno fogo incendeia. A língua também é um fogo; como mundo de iniquidade, a língua está posta entre os nossos membros, e contamina todo o corpo, e inflama o curso da natureza, e é inflamada pelo inferno. Tiago 3:5-6.
Poque tudo isso? Na era da informação vemos a banalização da fala. A exaltação das características mais baixas do gênero. É muito fácil falar de alguém que nem se conhece. Hoje isso tem se tornado uma cultura, um lugar comum. Falamos mal dos politicos, dos jogadores de futebol, dos atores, ditadores... Falamos mal até mesmo das pessoas que dizemos amar. Esquecemos que ao fazer isso criamos o mal para nós, para quem ouve e para aquele de quem se fala. Entreguemos nossas motivações a Deus. Bebamos da fonte de águas vivas. Abandonemos as cisternas rotas. E deixemos fluir de nosso interior águas que jorrem para a eternidade. Que essas águas saciem a sede destes que vivem em nosso tempo. Fruto de uma vida dedicada, como a dedicatória dos livros de grandes autores, dediquemos a história de nossas vidas a quem é de direito, a saber nosso único e verdadeiro Pai. Sejamos o templo vivo, pronto para ser, verdadeiramente, habitado. E nos encontremos em paz com nosso próximo e nosso Deus. Deixemos de inflamar o curso da natureza. E passemos a usar nossos dons para a edificação de uma obra mais excelente a qual foi planejada antes da fundação do mundo. Escolha seu caminho!

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