sábado, 25 de fevereiro de 2012

Busca


 “Porque o templo de Deus, que sois vós, é santo" (1Co 3.17).

Esta é a base fundamental de se dizer que as nossas reuniões em templos feitos por mãos humanas são a representação ou exteriorização daquilo que deveríamos ser em nossa essência, ou seja, o verdadeiro templo. Diante de tal, percebemos o quanto temos falhado. Já que a regra ai fora é o que representa e não o que é. Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem.” (João 4:23). Nosso esconderijo secreto, aquele lugar localizado em nossas profundezas e amplitudes internas, o lugar a muito preparado por Ele e para Ele em sua relação conosco. Tornando-nos desta forma agentes ativos de uma busca incessante e diária de um relacionamento verdadeiro e sem mascaras, pois neste lugar tal artifício, artimanha dos hipócritas, torna-se difícil de ser sustentado. Já que assim nos colocamos no lugar onde não podemos ser outra coisa além de nós mesmos. Não fazemos uso de nossas exteriorizações para a adoração, neste lugar em nosso interior, somos obrigados a ser o que realmente somos, nem mais nem menos. Nos tornamos aquilo que fomos realmente feitos para ser. Simples e complexos, mas ainda assim, simples.
Como Deus nos vê e julga através das características que demonstram a verdadeira essência da qual constitui as bases daquilo que somos, é retirado do nosso alcance qualquer escuridade que sirva de ocultamento de nossas vergonhas e falhas; das quais as exteriorizações estão saturadas e contaminadas e assim se constituem no lugar menos seguro para que alguém possa permanecer.

Basta-nos olhar, não para os outros mas para nós mesmos, desta maneira perceberemos que nossas atuações são mais amplas e sutis que imaginamos. Enxergaremos que por mais simples que tentamos ser, à vista das outras pessoas, volta e meia nos enrolamos com a outra face da moeda, a saber, a face dos disfarces, da caracterização, da manipulação de gestos e atitudes que nos leva a criar falsas identidades, que no fim se tornam um fardo e não alívio. Tentamos ser prefeitos, porém, da forma errada. Se usamos de tais artifícios estamos mentindo, pois criamos para nós um mundo de ilusões e fantasias, exteriorizações que são as atuações para o outro e o mundo.
 
Somos conclamados a santidade, santidade verdadeira, não exteriorizada e nem fingida, aquela que nos revela, e que revela, nossas fraquezas, forças, debilidades e aptidões, em fim, quem somos de fato e de direito; e não que cria uma fortaleza ilusória de invulnerabilidade. O chamado que nos foi feito é para sermos quem realmente somos e assim, pela graça de Deus sermos transformados naquilo que Ele quer que sejamos. Para que tal coisa aconteça precisamos encontrar o caminho de volta, o caminho que nos tire da estrada das complexidades teatrais das exteriorizações e nos leve a simplicidade que há em Cristo e nos tornemos seus verdadeiros imitadores, aqueles que aprendem e que bebem da fonte de Sua plenitude, que se iluminam em Sua presença.
 
Fomos avisado da estreiteza da porta. Isso de que falo nos coloca no caminho proposto, o Caminho ao Pai. "Esforçai-vos por entrar pela porta estreita, pois muitos, eu vo-lo digo, procurarão entrar e não conseguirão.” (Lucas 13:24)
Sejamos honestos. Cabe-nos a brandura com os outros e dureza, no que diz respeito a nós mesmos. Uma vez que a responsabilidade de nossas atitudes nos são atribuídas como frutos. Julguem-se a si mesmos; é o que o Apóstolo Paulo diz. E após fazerem isso, busquem o Altíssimo no lugar certo onde Ele pode ser encontrado.

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