Ser ultrapassa o
entender.
Ser diz respeito ao
imensurável.
Ser é por definição
impronunciável.
A mente se perde em
suas conjecturas diante Dele.
Ouve-se o seu emudecer.
Silenciar-se.
Vejo-a caminhando
errante e impetuosa, quase sempre.
Não fosse frente ao Eu
Sou, a impetuosidade dela se cala.
Não se ouve sua voz,
sua inquietante e persistente voz.
Vejo-a a um passo do
abismo.
Onde trevas e luz são
a mesma coisa.
Pronunciar-se
significaria dar aquele último passo.
Aquela última
inclinação frente ao desconhecido.
Ela sabe que seria sua
própria extinção.
Relutante só lhe
sobra, parar e aquietar-se.
Nós, por outro lado,
trazemos os traços de Sua imagem e semelhança.
Trazemos aquele centro
do furacão em nosso peito.
Que, mesmo vilipendiado
pelos dias, clama pelo próximo passo.
Precisamos ser
corajosos.
Precisamos do próximo
passo.
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