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Aprendemos
a amar o fugaz, o transitório e o passageiro. O recebemos, logo
cedo, na nossa mais tenra idade. Parece ser a nossa primeira grande
lição nessa vida. Em mim mesmo vejo que as sementes do fugaz
cresceram e se enraizaram de forma tão profunda que dói ao tirar
suas raízes.
A cada
uma arrancada um espaço vazio. Enxergamos o medíocre como
essencial, pois fomos ensinados a vê-lo desta maneira e esquecemos
que a essência de tudo já está dentro de nós mesmos. Continuamos
procurando lá fora, no mundo, nas coisas, nos bens materiais, em
tudo, menos no lugar mais perto que pode existir, em nós mesmos.
Reclamamos da chuva que caiu no sábado e do sol que se fez em plena
segunda. Nos sentimos traídos por situações que na verdade são
oportunidades de encontrarmos o verdadeiro Reino de Deus que existe
dentro de nós.
Nossa
insensibilidade com as coisas espirituais é tanta que criamos a
insatisfação e a tomamos como melhor amiga e companheira de todas
as horas. Reclamamos do tempo, do dia, das pessoas, do sol, da chuva,
do vento, enfim clamamos negativamente a todo o universo criado e a
nós mesmos, para que dessa forma demonstremos nosso descontentamento
com o mundo e principalmente conosco.
Traímos
e somos traídos, pois não vemos a imensa oportunidade que nos é
entregue de graça. Sem preço e sem dinheiro, nos é dada. Fomos
ensinados e doutrinados no condizente aos preços e valores, outra
lição muito bem aprendida. Desconfiamos da graça. Não dessa graça
mundana que mais parece a sua ausência. Mas de uma outra graça uma mais
sutil, sublime e verdadeira. Percebo como os homens se tornaram
desconfiados. E por não confiar perde-se o bem mais precioso que
poderia existir. Percebo a barganha que todos os dias é feita, do
que realmente importa pelo transitório e passageiro.
Leio em
suas rugas e em seus cabelos brancos, não a sabedoria que lhes
deveriam ser frutos naturais, mas simplesmente a insensatez a muito
trabalhada nos corações.
Pois o
importante é invisível aos olhos, diz o autor de livros infantis.
Pois o que é importante é invisível aos olhos repito eu a todos os
adultos deste planeta. Temo que minha voz não alcance a surdez
destes ouvidos e que a loucura dessas cabeças não entenda a
mensagem.
Mesmo
assim repito o que já foi dito:
O REINO
DE DEUS NÃO VEM COM APARÊNCIA VISÍVEL. [1]
O REINO
DOS CÉUS ESTÁ DENTRO DE VÓS. [2]
Busquem-no.
Busquem-no
enquanto ainda podem achar.
Referência:
[1] Lucas
17:20
[2]Lucas
17:21