terça-feira, 9 de agosto de 2011

O branco do papel e o desespero da alma.

Quando a vida é uma sucessão de escolhas erradas.
Quando tudo que queremos é redenção.
Quando descobrimos que não sabemos muito.
E que aquilo que sabemos é apenas um pouco do tudo que desconhecemos.
Quando as vozes não se calam.
Quando tentamos mas falhamos.
Quando falhamos várias vezes; anos a fio.
Quando tudo que queremos é apenas o tesouro das crianças.
E fazer a casca se desfazer em inocência.
Quando não conseguimos sozinhos.
Quando clamamos por ajuda.
Quando todas as vozes se transformam em gemidos de socorro.
Já não há folego para se gritar e tudo que nos sobra é um balbuciar.

Então quando nos são dados papeis para fazermos nossos pedidos percebemos não haver canetas, sozinhos em nossos desalentos e desesperados em busca da saída, só nos sobra então a ousadia da fé e mesmo sem canetas escrevemos nossos pedidos, sem tinta.
Apenas inclinamos nossas cabeças no papel em branco, na ousada situação, sussurramos nossa prece, pois sabemos que para onde ela vai, para além de nossas percepções, não é necessário tinta, apenas um coração que busca a sinceridade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário