sábado, 10 de março de 2012

Desapegar-se


Se alguém vem a mim, e não aborrecer a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs, e até mesmo a própria vida, não pode ser meu discípulo. (Lucas 14:26). Apego tende a ser nosso primeiro aprendizado nesta vida. Mesmo antes de nascer nos apegamos ao conforto da barriga de nossas mães, e saímos de lá, para entrar neste mundo, aos prantos. No entanto o desapego deveria ser realmente nosso primeiro aprendizado, pois se somos retirados de nosso aparente conforto e jogados em um mundo frio, de aparência pouco acolhedora e povoado por estranhos, deveríamos ser as mais desapegadas das criaturas, porém, tendemos a não atentar para isso. Todos os fatores que se seguem nos guiam para o apego, talvez pela solidão que já se apresenta tão próxima, nos apoderamos de nossas mães em primeiro lugar, ela se torna nosso refúgio, nosso ponto de conforto e alento e logo descobrimos que gritar aos quatro ventos e a todo os pulmões a atraímos para perto. Entramos assim no constante jogo de uma vida onde tendemos a nos apegar a tudo que de alguma forma gere em nós as minimas sensações de conforto. Uma doutrina parte das mais diversas fontes nos dizendo que isso ou aquilo irá nos satisfazer, daí em diante nos tornamos cada vez mais insatisfeitos, pois por mais que essa seja a voz de comando do mundo que nos cerca, lá no fundo de nós mesmo outra voz diz que não, fala que todas essas pessoas e coisas jamais poderá nos satisfazer,
Seguimos nossa jornada buscando fora o que deveríamos ter em abundância dentro. E quanto mais obstinados formos nessa busca exterior tanto mais avaros, possessivos e infelizes tendemos a ser. Cristo falou e viveu o desapego. Não se apegou nem mesmo aos que o seguiam e em dado momento até a eles perguntou “Não quereis, vós também retirar-vos?” (João 6:67), peguntou Jesus, aos que ficaram, depois de muitos voltarem atrás e não mais andarem com Ele. Desapego não só das coisas e pessoas mas também de si mesmo, como Paulo nos diz na carta ao Filipenses “ mas a si mesmo se esvaziou”(Filipenses 2:7); sendo assim não apenas falou mas fez. E chama a cada um de nós a fazer o mesmo, a nos desapegarmos, em buscarmos um encontro verdadeiro com o Altíssimo e rompermos essa grossa barreira que criamos entre nós e Ele. Voltar aquela simplicidade, que parece tão distante, no falar, no agir, no ser; a contramão da estrada deste século.

sábado, 3 de março de 2012

O Poder de Pequenas Orações


Essa semana tive uma experiência bem simples mas muito significativa no campo espiritual. Desde minha conversão tendo a olhar para as pessoas com olhos que buscam enxergar mais as possibilidades e acertos do que os defeitos propriamente dito. Porém nos últimos tempos tenho percebido que essa atitude tem escondido da minha percepção aquilo que realmente existe no interior daqueles que nos cercam.
Incomodado com isso decidi fazer aquilo que desde sempre nos foi proposto, que entrássemos em nosso quanto, fechássemos nossa porta e lá, em oculto, expuséssemos nossas petições a Deus. Assim fiz, através de uma simples oração, pedindo que meus olhos espirituais fossem abertos e que daquele momento em diante enxergasse as pessoas como são realmente e não como aparentam ser.
Feito isso continuei minha vida, que por sinal anda bem corrida. Um dia depois, no decorrer daquele que parecia um dia “comum” de trabalho, vejo uma sucessão de falhas e erros recaírem sobre mim. Um dia extremamente conturbado cheio de situações que só se me dividisse em dois conseguiria fazer. Passou o dia! Aos trancos e barrancos; fui para casa e dormi uma boa noite de sono, já que só encontro paz verdadeira em Deus, e não em situações das quais tenho ou não controle, então descansei. No outro dia as consequências dos tais erros. Percebo que coisas que poderiam ser resolvidas “internamente” tomaram proporções nunca imagináveis. Mantive a tranquilidade. É impressionante como nossa Rocha realmente evita que nos movamos segundo o curso das tempestades que nos atinge. Fui chamado por duas vezes para explicar as ocorrências. Assim o fiz!
Não quero pormenorizar o assunto pois isso exigiria da minha parte relacionar nomes, pessoas e situações distintas e a intenção deste texto não é falar dos erros e acertos dos outros, porém, dos meus. Passado os períodos de explicações percebi as fontes que fizeram a história crescer de forma tão negativa.
Primeira reação: Descrença, de ver que as pessoas realmente usem os outros para se fazer e fazer suas carreiras.
Segunda reação: Conformismo, em saber que eu já tinha sido avisado que o mundo era assim mesmo.
Destarte não atentei para o fato mais importante da fatídica experiência: A ORAÇÃO ANTERIORMENTE FEITA. Só me lembrei da oração um dia depois, ao telefone, falando sobre o ocorrido com minha mãe. Ai sim consegui ligar as pontas soutas da história e perceber que era exatamente o que tinha pedido na minha oração, que visse as pessoas como elas realmente são e não através desta lente idealizada que tenho usado nos últimos anos achando que todos a minha volta são bonzinhos. Não! Não são! É triste, mas verdade. Isto de forma alguma me desanima, muito pelo contrário, fortalece. Entendo que muitas vezes nossas orações são respondidas, somos nós que não conseguimos interpretar as respostas que recebemos, insensíveis demais para ver e aceitar. Devemos realmente, sermos simples como pombos e prudentes como as serpente. Sou grato pelos acontecimentos pois sem eles jamais veria o que realmente é. E viveria com minha idealização erronia e destrutiva. Espero agora ter as atitudes corretas em relação àqueles que ainda se prestam a tais papeis.
Terceira reação: ORAR.