Nunca me vi como alguém forte, aliás sempre subestimei minhas potencialidades, talvez por medo ou poderia ser apenas uma forma de autoproteção.
Proteger a si mesmo, crescemos com esse mantra ressoando em nossas mentes, recitado das mais diversas formas e tons. E no fim, de alguma forma aprendemos. Parece que nos tornamos ávidos neste quesito, aprendemos bem a lição, desta vez fizemos a tarefa de casa. Uma triste constatação essa de sermos tão bons neste fim.
Evidenciando a cegueira que nos assola, tornando-nos entorpecidos em nossos sentimentos, tosa-se desta forma uma das capacidades mais belas da humanidade, ou pelo menos a que deveria ser, a de enxergarmos que fazemos parte de um todo, embotando assim esta que deveria ser a primeira das prerrogativas.
Tememos pois não sabemos amar e tendo certeza dessa nossa deficiência concluímos que os outros também não sabem, a autoproteção torna-se desta forma um refugio, a fortaleza onde nos escondemos na tentativa de não parecermos tolos e de alguma forma podermos renascer em um mundo onde nos estendermos ante a necessidade do outro, significaria sanar nossa própria. O temor se torna o maior companheiro do homem moderno; indesejado e presente, seguindo inseparável a ponto de nos casos mais extremos, não se identificar onde começa um e termina o outro.
Medo dos outros como um reflexo narcisista daquilo que temos em abundância dentro de nós mesmos.