sábado, 23 de julho de 2011

Derrota humana

Nunca me vi como alguém forte, aliás sempre subestimei minhas potencialidades, talvez por medo ou poderia ser apenas uma forma de autoproteção.
Proteger a si mesmo, crescemos com esse mantra ressoando em nossas mentes, recitado das mais diversas formas e tons. E no fim, de alguma forma aprendemos. Parece que nos tornamos ávidos neste quesito, aprendemos bem a lição, desta vez fizemos a tarefa de casa. Uma triste constatação essa de sermos tão bons neste fim.
Evidenciando a cegueira que nos assola, tornando-nos entorpecidos em nossos sentimentos, tosa-se desta forma uma das capacidades mais belas da humanidade, ou pelo menos a que deveria ser, a de enxergarmos que fazemos parte de um todo, embotando assim esta que deveria ser a primeira das prerrogativas.
Tememos pois não sabemos amar e tendo certeza dessa nossa deficiência concluímos que os outros também não sabem, a autoproteção torna-se desta forma um refugio, a fortaleza onde nos escondemos na tentativa de não parecermos tolos e de alguma forma podermos renascer em um mundo onde nos estendermos ante a necessidade do outro, significaria sanar nossa própria. O temor se torna o maior companheiro do homem moderno; indesejado e presente, seguindo inseparável a ponto de nos casos mais extremos, não se identificar onde começa um e termina o outro.
Medo dos outros como um reflexo narcisista daquilo que temos em abundância dentro de nós mesmos.

domingo, 10 de julho de 2011

Solidão.

Ela é para fracos ou fortes?
É boa ou ruim?
É branca, negra, mulata, amarela... ou para ela raça não faz diferença?
É só em si mesma ou pode estar acompanhada de uma, duas ou até mesmo uma multidão?
Quem é ela, qual sua cara?
Por que a uns ensina e a outros aterroriza?
Por que uns não se importam com a sua e outros se escondem dela em meio as multidões, esquivando-se e disfarçando-se como pode, buscando todas as faces disponíveis para não serem reconhecidos por ela.
Sentimos os seus ardis na nossa primeira respiração, quando nos vemos abruptamente cortados e separados daquela que até então parecia parte de nós, nossa mãe. Somos cortados, podados, o metal frio se faz implacável em sua poda e sentimos dessa forma uma outra presença, mais sutil, abstrata e real, tendo nossa primeira experiência  de estamos só.
Ela se fez a maior confidente dos homens, pois compartilha com eles todos os segredos, sabendo-os todos, não se importa em ser chamada pois sempre esta presente.